segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vende-se


stou impressionado com a força e a forma que o Mercado tem tomado. Tudo, quase que absolutamente, está direta ou indiretamente envolvido nesta idéia. Me assusta a atribuição de valor mercadológico a quase tudo. Tudo pode ser comprado ou vendido. Um certo advogado que ocupou um cargo de grande responsabilidade moral e ética em nosso estado, em reunião com seus colaboradores disse: “Todo homem tem seu preço. Eu tenho o meu, mas aqui ninguém pode pagá-lo”.

Estamos mergulhados até a alma neste oceano mercadológico. Querem ver?

Vende-se felicidade. Pois é, por pouco mais de R$12,00 você pode ser uma pessoa feliz, porque comprou e comeu um BigMac, ou melhor, por R$1,50 você é feliz e transmite felicidade ao mundo inteiro abrindo e bebendo uma Coca-Cola. Felicidade, para o mercado, é consumir.

Aqui está um mal de nosso século. Não somos mais pessoas, somos consumidores. Não temos identidade, temos cartão de crédito. Não pensamos, somos convencidos.

Não importando qual seja o partido e suas “ideologias”, os candidatos não vêem pessoas, vêem votos; não vêem problemas sociais, vêem plataformas eleitorais; não vêem necessidades urbanas, vêem oportunidades de autopromoção. Há décadas o modus operandi deles é o mesmo: visitar as favelas e os guetos em tempos de eleição e depois sumirem. Por que? Porque as pessoas são consumidoras, seja de idéias, seja de promessas, ou sonhos, nós somos alimentados a depender e consumir. A política é feita para manter as grandes empresas grandes, os consumidores consumindo, e a engrenagem girando.

Observe as propagandas de carros. Alguém já viu nestas chamadas um conselho aos telespectadores do tipo:

“Cuidado! Só compre se você realmente tiver condições de pagar. Isso não é uma necessidade, é apenas um luxo dispensável”

Você nunca verá. Por quê? Porque o mercado não se importa se você está com as contas atrasadas, se precisa reformar a casa porque o telhado está quase caindo, ou se gasta metade do orçamento com medicamentos, ele apenas diz: 

- Compre a super tela de última geração porque a sua é antiquada e não serve mais. 

- Compre o carro novo porque agora a maçaneta é prateada e os pneus vem com neon de série.

- Compre! Compre! Compre! Gaste! Se endivide! Não importa se perderá noites de sono tentando pagar o carro novo, o importante é que seu visinho vai morrer de inveja toda manhã quando vir você saindo de carro zero! Isso te lembra uma propaganda?

E a igreja? E o evangelho? Está no mesmo caminho.

Os cultos são shows. As ovelhas são clientes. Os pecadores são o público alvo. Os pastores são mega-empresários. Os obreiros são gerentes. A palavra é a mercadoria, vendida à preço de banana (ou de rosa ungida, água do rio Jordão, etc...). A bíblia se tornou um “mercado” tão lucrativo, que nos últimos dez anos, foram publicadas no Brasil mais de 40 modelos. Tem bíblia pra tudo e pra todos. É apenas uma preocupação em tornar a palavra atraente a todos os tipos de pessoas? Sim e não. Aí também está envolvido o interesse comercial. Muitos dos líderes e formadores de opinião de nossas denominações não estão nem um pouco preocupados com o Reino de Deus. Querem ser reis no mundo. Não se contentam apenas em ser populares, querem ser populares e ricos. Querem fama, sucesso e poder. Então se vendem ao mercado e colocam preço nas ovelhas. Pasmem, mas ouvi há alguns dias atrás que um pastor ofereceu a outro a igreja, com tudo dentro por certa quantia em dinheiro. Quando ele disse tudo dentro, incluía os membros. Ou seja, para ele os bancos, o púlpito, o equipamento de som, e as pessoas, digo, os membros, são todos parte do “patrimônio” da igreja.

Vende-se de tudo. Tudo tem preço. A honra, a ética, a moral, o nome, a vida.

Fico chocado com as notícias de exploração sexual, tanto infantil como de adultos. O ser humano reduzido a um boneco vivo de satisfação dos desejos mais horrendos do coração das pessoas. Na estrada, altas horas da madrugada uma criança de 11 anos desfila e se expõe como uma porção de carne na vitrine do açougue. Ela não tem pai, nem mãe. Mas, e daí, problema dela, cada um se vira como pode. Na corrida pelo sucesso não há tempo de parar e socorrer outros, afinal, ela pode se tornar uma concorrente, e acabar sendo mais feliz que eu. 

Eu estou tateando em busca de uma ínfima partícula de similaridade desse homem mercante com o criador doador dos dons. Não estou conseguindo ver... Sequer sentir.

O jovem se tornou bem sucedido. Agora tem uma moto, um carro, anda com as mulheres mais bonitas e desejadas do “pedaço”. Veste-se com as grifes da moda. Enquanto bebe com seus amigos, chega um de seus clientes; maltrapilho, fede como um cão, está tão magro que é possível visualizar cada osso de seu rosto. Tem nas mãos um celular de última geração, foi roubado mas, e daí, não importa os meios, o que importa é que ele tem com que barganhar mais quinze segundos de prazer. O jovem bem sucedido não se importa, e não faz questão de esconder isso. É um cliente. É uma fonte de lucros. Sustenta sua vida feliz, mesmo que para isso, tenha acabado com qualquer alegria de uma família inteira. Não lhe importa o fato de o pai daquele resto de gente ter morrido em depressão ao ver seu único filho aos quinze anos se enterrar vivo no crack, se seus primos, tios, mãe, amigos, todos foram golpeados mortalmente pela miséria do estado em que ele se enfiou. O jovem bem sucedido toma o aparelho das mãos ossudas do rapaz e em troca lhe dá uma pequena pedrinha, que lhe dará uns vinte minutos de prazer e fuga e então lhe lançará no inferno abissal. Mas o mercado está feliz porque o jovem encontrou uma fonte de lucro rentável e permanente, que não requer muitas inovações e tem público cativo (literalmente).

Meus queridos, não permitam que colem uma etiqueta em suas costas e lhe atribuam valor de mercado.

A felicidade não está nas coisas. Por mais que tenhamos e tenhamos. Somos mais infelizes. A felicidade está na comunhão com Deus e com os outros. Naquilo que ele nos deus de maior valor: A esperança de vida eterna.

“Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis dos homens” ICo. 15.19


Por Davi Oliveira - Publicado no Blog Mente e Espirito.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Para que serve a nota fiscal


Para muitos, notas e cupons fiscais são simples pedaços de papel que não significam muita coisa! Para que pedir um pedacinho de papel, que minutos depois você vai colocar na sesta de lixo mais próxima? Porque exigir uma nota fiscal do posto de gasolina ou do supermercado, quando todos sabem que o funcionário do local, vai fazer cara feia e inventar um monte de desculpas para não lhe entregar o tão valioso pedacinho de papel?
Costumamos reclamar sempre que o país não vai para frente, que os políticos não são pessoas confiáveis e coisas desse tipo. Só que ao não exigir a nota ou o cupom fiscal, você vai está contribuindo para um crime! Ao não emitir o documento fiscal, o comerciante, está deixando de pagar impostos, e isso significa menos escolas, menos hospitais, menos obras públicas. Ao exigir a nota ou cupom fiscal você tem a garantia que comprou tal produto ou prestou serviço à determinada empresa.
Quando o contribuinte, deixa de emitir uma nota fiscal de mercadoria, o imposto mais negado é o ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação). Mas também se nega imposto no caso da prestação de serviço, o ISS (Imposto sobre Serviço).
As penalidades previstas em lei, para quem sonega imposto, é na ordem 100% quando o imposto é o ISS e 200% quando o imposto é o ICMS. Esses valores são cobrados em cima do valor que foi sonegado. “O comerciante tem a obrigação de emitir o cupom fiscal, mesmo que o comprador não peça! O mesmo se aplica a nota fiscal! Se o comparador a exigir, o comerciante tem a obrigação de emiti-la, mesmo que o serviço prestado tenha sido um abastecimento simples em um posto de gasolina. Para recolhimento de impostos, o cupom fiscal tem o mesmo valor da nota fiscal”

Por Lucas, Prof°. Licenciado em Matemática, membro da Igreja Batista Betel em Pau Brasil, editor do Blog do Lucas.