quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

“Quem matou Kaique? Pastores e gays se digladiam”

Por Hermes C. Fernandes

A sociedade brasileira ficou chocada com a notícia da morte do jovem Kaique Augusto Batista dos Santos, de apenas 16 anos, na última semana em São Paulo. Além das suspeitas de suicídio, havia suspeitas de homicídio motivado por ódio devido à sua opção sexual. Kaique era homossexual. O jovem foi encontrado morto embaixo do viaduto da avenida Nove de Julho, sem os dentes e com fratura exposta na perna. A polícia tem trabalhado com duas hipóteses: os ferimentos podem ter sido feitos por agressão ou por uma queda do viaduto, e, neste caso, ele poderia ter pulado ou sido empurrado.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, emitiu nota comentando a tragédia e defendendo uma legislação mais dura que puna crimes de ódio e intolerância motivados por homofobia. Segundo a ministra, o número de homossexuais vítimas de homicídio tem aumentado nos últimos anos.
O caso parecia caminhar na direção da confirmação de homicídio até que a mãe de Kaique veio a público afirmando que estava convencida de que o jovem teria cometido suicídio. Ela teria chegado a esta conclusão depois de analisar o diário deixado pelo filho, conversar com seus amigos, e descobrir que seu filho estava numa depressão profunda.
Foi o bastante para que líderes evangélicos manifestassem seu descontentamento com a nota da ministra, bem como com as alegações do deputado Jean Wyllys, acusando a ala mais fundamentalista dos cristãos pelo ódio incitado aos homossexuais em seu discurso religioso.
Considerando a hipótese de suicídio, isso não diminuiria em nada a nossa responsabilidade em sermos mais cuidadosos na apresentação e defesa de nossos valores. Por que digo “mais cuidadosos”? Porque percebo certa displicência na maneira como abordamos a questão da homossexualidade. Até o tom de voz de alguns parece denotar certa ojeriza, para não dizer ódio, não apenas à prática, mas também aos que optaram por ela.
As únicas vezes em que nos deparamos com Jesus vociferando contra o pecado, o público alvo era dos fariseus e religiosos de Sua época. Com as prostitutas e marginalizados, Jesus procurava ser gentil e cordial. Ele jamais entrou num prostíbulo quebrando tudo e colocando meretrizes e clientes para correr. Mas fez isso no templo, denunciando os mercadores da fé. Os líderes atuais parecem tomar o caminho inverso. Somos extremamente cordiais uns com os outros (mesmo que alguns estejam vivendo hipocritamente), mas provocantemente insultuosos com os que vivem aquém do padrão moral que abraçamos, principalmente os homossexuais.
Faríamos bem em dar ouvidos a Jesus: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt.11:29).
Até que ponto nosso discurso não tem servido de munição para este tipo de preconceito? Por que não pregamos também contra o pecado da discriminação? Por que classificamos a homossexualidade como pecado, ao passo que colocamos panos quentes sobre a homofobia? Isso é, no mínimo, uma incoerência inescrupulosa.
O que teria levado o jovem Kaique a cometer tal desatino? Podemos imaginar quanto bullying não sofreu? Os olhares preconceituosos? As brincadeiras de mal gosto?
Tenha sido homicídio ou suicídio, o preconceito e o ódio foram a munição que o matou.
Como cristãos, deveríamos chorar a sua morte como quem chora a morte de um filho. Chega de ficar procurando culpados ou de querer capitalizar politicamente o ocorrido. Neste caso, a carapuça serve tanto para os líderes evangélicos, quanto para a militância gay.
Se tantos outros “Kaiques” se sentissem amados em vez de rejeitados e escorraçados, talvez houvesse menos violência contra gays e suicídios. Então, vamos combinar uma coisa? Quando tratarmos de qualquer assunto que atinja a alma humana, sejamos menos raivosos e mais compassivos e amorosos. Parafraseando Jung: “Conheça toda a teologia, domine todas as doutrinas e dogmas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
E quem também tiver pecados, que atire a primeira flor, porque de pedradas o mundo está farto.

Publicado no Gospel +.

Walter Pinheiro X Isidoro


Ao contrário do Senador Walter Pinheiro, que se ausentou da sessão que votou pelo fim da PLC 122, ver aqui, o Deputado Estadual (BA) Sargento Isidório, sempre se manifesta ou levanta a bandeira dos princípios cristãos em face de projetos imorais ou que venham suprimir direitos de uns em benefícios de outros. Ontem, 22/01, foi posto em votação na Assembléia Legislativa o projeto que cria o Conselho Estadual dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, projeto este já acordado entre os deputados para aprovação, dispensando as formalidades legais que as matérias em votação, comumente exigem.
No entanto, o Dep. Isidório não se calou. Bradou contra o referido projeto, estimulando toda bancada evangélica da Casa Bahiana a apoiá-lo, e, em seguida, pedir vistas do projeto para ser analisado e discutido posteriormente. Não sou muito a favor da maneira como o citado Deputado se manifesta quanto a causa gay. A maneira rispida e o confronto duro, traz-nos a sensação que estamos literalmente numa guerra onde olhamos os homossexuais como inimigos a serem abatidos, derrubados. Numa visão terrena há sim de se enfrentar as leis imorais e desiguais que estão sendo propostas a cada dia em favor das classe LGT....Z, visando derrubar garantias constitucionais em benefício deles, com um inventado discurso de homofobia.
Na visão espiritual o confronto áspero transmite a imagem de algozes, de abatedores, de julgadores. Somos veementemente firmes e contrários às suas práticas insanas e abomináveis aos olhos de Deus (Levitico 20.13), assim como temos que firmemente exalar o amor de Cristo Jesus em relação a estas pessoas, não só de palavras, mas por obra e em verdade (1 Jo 3.18), visando uma restauração em suas vidas. Pra Deus nada é impossível!
Por fim uma coisa tenho que concordar sem pestanejar, com o nobre Deputado: Deus fez Adão e Eva, e não Adão e Ivo".     

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Walter Pinheiro e PLC 122

Senador evangélico Walter Pinheiro do PT tenta se defender; Pr. Silas comenta

O senador evangélico Walter Pinheiro (PT/BA), que se ausentou da votação pelo fim do PLC 122, se defende apresentando seus motivos. Leia com muita atenção a nota do senador e, a seguir, o comentário do Pr. Silas Malafaia.
Veja tentativa de defesa do senador
O senador se ausentou na votação que desidiria a co
Walter Pinheiro se ausentou na votação pelo fim do projeto que garantia privilégios aos homossexuais
Em seus site, o senador Walter Pinheiro publicou o texto “Intolerância e homofobia: Pinheiro defende a tipificação de crimes no Código Penal e esclarece tramitação do PL 122”. Leia na íntegra:
“O senador Walter Pinheiro (PT-BA) vai continuar defendendo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a inclusão de texto que criminalize toda prática de intolerância e homofobia no Código Penal. Ele lembra que o PL 122 tornou-se inócuo, pois, obrigatoriamente, a tipificação de crime de homofobia terá que ser tratada no Código Penal.
“Agora a matéria será tratada no Código Penal e não mais no PL 122. Ao contrário do que muitos divulgaram, a tipificação de crimes não foi sepultada. Defendemos o pleno e total respeito aos direitos humanos e garantias individuais, além da criminalização de toda prática de intolerância e homofobia, como já conseguimos no combate à violência contra a mulher e ao racismo”, disse Pinheiro, que é membro da CCJ.
O parlamentar fala com experiência de quem já modificou outro código de leis. Pinheiro é autor da emenda à Lei Nº 10.825, sancionada pelo ex-presidente Lula em 2003, que alterou o Código Civil e garantiu liberdade de culto no Brasil. A emenda estabelece a liberdade de criação, organização e estruturação interna e funcionamento de organizações, associações, fundações, entidades religiosas e partidos políticos.
A ausência do senador durante votação do requerimento que apensou a matéria ao Código Penal vem sendo utilizada para distorcer seu posicionamento. Enquanto o requerimento 1443 era apreciado, no dia 17 de dezembro do ano passado, Pinheiro retornava com um acordo para poder votar o Orçamento 2014 no Congresso, que acabou avançando pela madrugada.
“Não participei nem da votação do PNE (Plano Nacional de Educação) naquele dia. Estive em reuniões com o MEC, na Secretaria de Relações Institucionais com as bancadas que compõem a Comissão Mista de Orçamento, a fim de iniciar a votação da peça orçamentária ainda na noite daquela terça”, afirma.
Divergência e tramitação
Havia divergência com pontos do PLC 122 em vários setores e segmentos. Por diversas vezes foram negociadas modificações no texto para votar a matéria, porém não se avançou nem no conteúdo nem nos encaminhamentos.
Para buscar entendimento, a matéria foi retirada da pauta da Comissão de Direitos Humanos (CDH) em duas ocasiões, nos dias 20/11 e 04/12. Na tarde do dia 04/12, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros, pautou a votação do requerimento 1443 para o dia 11 de dezembro.
Assim, caminhavam paralelamente o PLC 122 e o requerimento 1443. Na manhã do dia 11/12, o senador Paulo Paim leu seu relatório na CDH e foi concedido o pedido de vistas. O requerimento entrou na pauta nesse mesmo dia, mas a sessão do Senado durou até mais tarde com a discussão do PNE e toda pauta foi transferida para a semana seguinte.
No dia 17 de dezembro, o PNE era a matéria principal em plenário e a apreciação do requerimento 1443 ficaria para o final da ordem do dia, como item 35 da pauta. O presidente da Casa antecipou a votação de outros itens e do requerimento 1443, cuja votação iniciou às 18h31. O PNE foi o último item votado da noite”.
Imagem: DivulgaçãoPr. Silas comenta:
Acredito que o senador Walter Pinheiro perdeu uma gigantesca oportunidade de ficar quieto. Ele está tentando se defender do indefensável, como vou provar, e o desafio a me contraditar:
1 – Na legislatura 2002-2006, Walter Pinheiro era deputado federal, o período em que o PLC 122 estava tramitando na Câmara Federal. Não existe um discurso do ilustre parlamentar contra as barbáries incluídas nesse famigerado projeto, que na verdade não protegia gays contra a homofobia, mas os tornava uma casta superior na sociedade brasileira, e qualquer um que se posicionasse contra o projeto ou contra a prática homossexual, era considerado homofóbico. Eu sou a prova viva dessa safadeza do ativismo gay, que sempre tentou me incriminar como homofóbico. Qual o discurso do então deputado Walter Pinheiro contra esta patifaria? Nenhum!
2 – Há três anos Walter Pinheiro é senador, incluindo que em um desses anos ele foi o líder do PT no Senado, tendo todo acesso a tempo no plenário para discursar acerca do que bem entendesse. Qual o discurso de Walter Pinheiro como senador contra o PLC 122? Nenhum! Durante este período o senador evangélico Magno Malta fez dezenas de discursos contra o famigerado projeto, que tinha como um dos seus alvos atingir pastores evangélicos na sua pregação. Em qual dos discursos Walter Pinheiro pediu aparte para fazer coro com o senador Magno Malta contra esse lixo chamado PLC 122? Eu respondo, nenhum!
3 – Em todos os eventos evangélicos contra o PLC 122, onde estava o senador Walter Pinheiro? Sumia! Manifestação pacífica em Brasília contra o PLC 122, em 1 de junho de 2011? Ele não estava. Na mesma data, entrega de mais de um milhão de assinaturas contra o PLC 122, ao então presidente do Senado José Sarney. Onde estava Walter Pinheiro? Lá com certeza não estava.
A maior manifestação em Brasília depois das Diretas Já, promovida pelas lideranças evangélicas no dia 6 de junho. Cadê o senador evangélico Walter Pinheiro? Lá ele também não compareceu!
4 – O povo que não entende um pouco do funcionamento do Senado Federal precisa saber dessa informação: quando a sessão do plenário se inicia, todas as reuniões de comissões não podem funcionar, e é obrigação dos senhores senadores estar no plenário, ou no mínimo atento ao som da sessão plenária que é escutada dentro dos seus gabinetes.
Mais uma para o povo saber, todos eles sabem a ordem do dia. Mesmo que a pauta sofra uma inversão, os senadores ficam atentos conforme o interesse que cada um tem nas matérias a serem discutidas. Era obrigação do senador Walter Pinheiro, como evangélico, estar atento, pois ele sabia que naquele dia seria colocada em votação a questão do PLC 122. Arrume outra desculpa, senador, você não está tratando com idiotas.
5 – Por último, lamento profundamente que um senador dito evangélico dê preferência a sua ideologia, do que a sua fé. A verdade nua e crua é que Walter Pinheiro se omitiu na votação, porque esta é uma questão ideológica do PT e ele preferiu servir mais ao partido do que as suas convicções cristãs. O apoiei muitas vezes acreditando que a sua fé falaria mais alto. Estou decepcionado, mas podem ter certeza, não desisto, continuarei votando em pessoas e não em partidos. Se errar, deixo de votar ou apoiar o candidato e passo a apoiar outro, porém continuarei a exercer a minha cidadania. Só covardes e medrosos desistem quando erram, ou quando as coisas não dão certo.
Espero que o senador seja humilde para reconhecer o seu erro e corrija sua rota, porque todos nós podemos errar e corrigir nossos erros. Se isso acontecer, daremos espaço no Verdade Gospel, inclusive minha fala no programa de TV. Se isso não acontecer, aí vai a minha recomendação aos cristãos da Bahia: nunca mais votem em Walter Pinheiro!