terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dia da Bíblia em Jequié


Um amigo importuno



Por Davi Oliveira


Acordo pela manhã e ao tentar levantar da cama sou avisado da pior forma que deveria ter mais cuidado com minha postura ao dormir. Uma dor agonizante e paralisadora trava os músculos de meu pescoço e sou obrigado a me mover como um robô durante todo o dia. Ela está ali, presente, incomodando a cada passo, a cada movimento de cabeça. Essa coisa maligna me prende e limita.A dor impõe respeito.

Ela é quase onipresente no dia-a-dia de qualquer pessoa. Não importa se você não tem uma dor crônica, ou se ninguém em sua família sofre com este mal, alguém perto de você está sofrendo. Ligue a TV, o que você ver entre as notícias? Dor. Abra uma revista, e quem aparece nas manchetes? A dor. Converse distraído em uma roda de amigos e quem se apresenta como assunto? Dona dor.

Pode parecer pessimista ou depressivo, mas se você olhar bem saberá que tenho razão quando digo que a dor está tão presente na vida das pessoas, que já faz parte de seu cotidiano.

Os programas de TV estão cheios de recomendações para evitar as dores. Sejam aqueles alimentos que diminuem os desconfortos da menstruação, sejam as atividades que aliviam a pressão sobre a coluna, sejam as terapias que reduzem os efeitos das enxaquecas... Tem sempre uma receita para não sentirmos dor ou, pelo menos, não tanta.

Pode parecer estranho, mas a dor é aliada e não inimiga. Ela se torna inimiga quando não é ouvida nas primeiras vezes que fala.

A primeira vez que senti dores no pescoço, não liguei, achei que era só a consequência de uma noite mal dormida. Quando fui procurar um médico, minha companheira, Dona dor, estava gritando comigo. Passei um mês fazendo aplicações e fisioterapias, usando um imobilizador no pescoço. Se tivesse ouvido quando ela sussurrava, não teria passado por este constrangimento.

Sentir dor é sempre uma péssima experiência, mas em nossa sociedade ocidental, não é só um incomodo físico ou psicológico, é economicamente inviável. Em uma cultura do “Sem Tempo”, dor é mais um entrave ao progresso. Então, não há tempo para sentir dor, para analisa-la, para buscar sua causa, para tratar seu causador.

Estamos vivendo a era da NÃO DOR. Mas, até onde isso é bom?

No princípio, a dor parecia estar presente, mas não incomodar tanto. O primeiro relato de dor na Bíblia está registrado no livro de Gênesis 3.16-18:
E á mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para teu marido e ele te governará. E à Adão disse: Visto que atendeste à voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também ela te produzirá, e comerás a erva do campo.

O texto bíblico acima traz alguns detalhes interessantes.

1-    Quando Deus anuncia a maldição do pecado sobre a mulher, Ele não insere a dor no mundo. Ela já existe (“multiplicarei” aparece demonstrando que o que antes existia era bem menos agressivo). O que acontece é a desvirtualização de sua missão. O pecado levou a dor a patamares nunca antes conhecidos por Adão e Eva, e isso, não só na esfera física;
   
2-    Ao homem também é imposta a maldição da dor, mas, no seu caso, atinge sua tarefa diária. Se antes era prazeroso cultivar a terra, agora é enfadonho e causa dores. O homem sofrerá tentando cultivar uma terra que geme por sua culpa e que não mais lhe dará o alimento espontaneamente, mas somente com esforço desgastante e doloroso;

3-    Até então, a terra só produzia plantas e árvores benéficas ao ser humano. Ela não o agride. Isso agora mudará porque nascerão espinhos e cardos. A natureza se arma contra agressor que, até então, era seu aliado, companheiro, senhor. Ela provocará a dor nele e ele a submeterá a muitas dores.

A dor se tornou um entrave à felicidade. Porém, nem sempre sentir dor deve ser entendido como uma tragédia. Nosso problema é que vivemos em um mundo em que o prazer é um fim em si mesmo. A mínima dor faz as pessoas se sentirem derrotadas e amaldiçoadas. Não deveria ser assim.

A dor faz parte do sistema de defesa do corpo. Qualquer pessoa normal sente dor. Ela é quem nos avisa que há algo errado, que em algum lugar, nosso sistema foi invadido ou lesionado, ou, algum órgão está com dificuldades para trabalhar devido à alguma intromissão de vírus ou bactéria.
Sentir dor é necessário.

Há uma doença conhecida como Insensibilidade Congênita à Dor. Pessoas que sofrem deste mal são capazes de fazer procedimentos médicos altamente dolorosos sem sentir qualquer dor. Desde um procedimento odontológico como canal, até uma cirurgia para por um osso no devido lugar. Nada, não sentem absolutamente nada. Isso é muito bom, certo?

ERRADO!

Por causa deste bloqueio total à dor, as crianças sofrem lesões e fraturas graves sem se perceberem do mal que isso representa. Muitas se automutilam, outras, por não receberem o aviso natural que algo está errado no corpo, continuam brincando normalmente por não se darem conta, por exemplo, de uma fratura nos membros, o que acaba por agravar a lesão e terminar, muitas vezes, em uma cirurgia de amputação.

Sentir dor é ruim, mas não sentir dor é horrível.

Eu tenho observado como a felicidade é um produto altamente rentável. Vende-se felicidade a todo custo e com todas as facilidades comerciais possíveis. Mas, a forma mais dramática deste comércio se resume na frase:

-NÃO SOFRA MAIS!!!

E no meio eclesiástico esta tem sido uma “ferramenta” altamente utilizada. Promessas de felicidade a todo custo. Promete-se até o que Deus nunca prometeu. Mas, e a dor, onde fica?

Acostumados às promessas do “venha que Jesus resolverá todos os teus problemas”, muitos cristãos deixam o evangelho ao menor sinal de tristeza, perseguição ou dor. Para estes, o evangelho aceitável é aquele que faz do homem miserável e solitário um milionário com uma família feliz e saudável.
Sinto muito, mas a dor também faz parte do evangelho. O evangelho foi construído, escrito, vivido e estabelecido sob muitas dores.

Dor de Deus ao ver sua criação perfeita se vender ao pecado por um prazer transitório e que nem de longe se compararia com as coisas que Ele tinha preparado.

Dor do homem ao cair em si e perceber a besteira que fez ao trocar uma vida santa na presença de Deus, por uma promessa maliciosa de poder. Dor não só por ser expulso do lugar perfeito, mas da presença daquele que é perfeito.

Dor daqueles que lutam há séculos para tentar fazer os homens voltarem atrás, se arrependeram e buscarem outra vez a presença de Deus, mas, em troca, recebem prisões, maldições, exilamentos, desprezo, perseguições, humilhações, torturas e morte. Como está escrito:

“Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro”. 
Rm 8.36

E ainda:

“E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, pelas covas e cavernas da terra”. 
Hb 11.36-38

Ainda poderia citar Mt. 10.23; Lc 11.49 e 21.12; Jo 15.20; ICo 4.12; IICo 4.7-10.

Dor daqueles que hoje assistem pasmados a corrupção e a luta pelo poder no alto clero evangélico. Nas disputas que vão parar na tv, nas rádios e na internet.

Não queremos sentir dor. Não gostamos de sentir dor. E se nós não nos sentimos encorajados a pesquisar a causa da nossa dor antes de trata-la, que dirá sentir a dor dos outros! Compartilhar alegria é bom e fácil, mas, deixar de estar na casa do riso para estar na casa do pranto e do luto, é extremamente desagradável e poucos são os que se dispõem a tal. Apesar do conselho do sábio:

“Melhor ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam em seu coração. Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração”.
 Ec 7.2-3

Compartilhar a dor pode ser a forma mais eficaz de tratar nossos desvios e defeitos. Mas, quando tapamos os ouvidos à voz da dor (seja nossa, seja do outro), estamos caminhando a passos largos para uma amputação ou morte.

Depois de muitas dores, humilhações e acusações, Jó pode dizer:

“Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos”. 
 Jó 42.5

A dor não é um fim em si mesma, ela é um agente de comunicação que sempre traz alguma mensagem de problemas que devem ser observados. Menosprezar sua voz não é bom. O problema é real, e se não houver quem avise, ou se o aviso não for levado em conta, o problema permanece, e agora livre para agir sem qualquer resistência.

Quando o SENHOR permitir que passe por dores, ouça sua voz, atente para a lição. Seja dor física ou emocional, ela tem um recado que precisa ser ouvido. Ouvir é um dos mandamentos mais importantes e repetidos em toda a Bíblia. Ouvir a dor pode ser a diferença entre a restauração e a morte prematura.
Ouça a voz de Deus, mesmo que venha entre dores.

Mesmo em dores que levem à morte,
Ser constante, não voltes atrás,
Tua herança, tua eterna sorte,
É Jesus, o Fiel, o Veraz.
(Trecho da 3ª estrofe do hino 26, na Harpa Cristã)


Publicado no Blog Mente e Espírito.


Visão que Davi Wilkerson teve em 1974 está mais perto de se cumprir do que nunca

Durante muitos anos o pastor pentecostal David Wilkerson foi um dos maiores críticos da igreja evangélica norte-americana.
Ele ficou famoso em todo o mundo por seu livro A Cruz e o Punhal, onde relata como ajudou a converter violentos membros de gangues de Nova Iorque. Sua vida pessoal e ministerial íntegras o qualificaram para ser um porta-voz divino com autoridade reconhecida até mesmo fora dos meios evangélicos.
Um dos momentos em que ele foi mais perseguido e caluniado foi em 1974, quando publicou um livro chamado A Visão. Wilkerson relata que Deus o mostrou que os EUA precisavam de arrependimento e advertia sobre o futuro julgamento de Deus sobre todo o mundo.
Imediatamente, o pastor passou a ser chamado por algumas igrejas de “profeta da destruição”. Líderes eclesiásticos que ensinavam apenas mensagens positivas decidiram naquela época retirar os livros de Wilkerson das livrarias de suas igrejas. Para muitos ele havia tido alguma alucinação e suas palavras não faziam sentido.
Muitos afirmaram alguns anos depois que suas visões proféticas não se cumpriram e que não havia necessidade de uma palavra profética fora da Bíblia. Chegaram a chama-lo de um “falso profeta”.
Parecem ter esquecido que vários profetas bíblicos não viram suas palavras se cumprir enquanto estavam vivos. Isaías, por exemplo só veria o que falou sobre a Babilônia se cumprir cerca de 150 anos depois da sua morte. O que ele falou sobre Jesus, demorou cerca de 700 anos para se tornar realidade. Muitas outras profecias bíblicas ainda esperam pelo seu cumprimento mesmo dois mil anos depois.
A Bíblia anuncia que nos últimos dias, Deus daria visões e sonhos, para homens, mulheres, jovens e velhos (cf Joel 2:28-29). As visões que Deus deu ao pastor Wilkerson têm quase 40 anos. Ele morreu sem ver muitas delas se cumprirem na totalidade.
É importante ressaltar que muitas das coisas que vemos hoje nos jornais ou na TV e para nós podem parecer normais, seriam impensáveis na década de 1970.
O livro A visão foi lançado apenas em inglês (1974) e espanhol (1975), mas existe uma versão resumida já traduzida para o português.
Ele fala de cinco calamidades terríveis que viriam sobre todo o mundo:
1) Uma confusão econômica que afetará o mundo todo.
Os economistas mundiais não poderão explicar o que está acontecendo. Corporações grandes, sérias, bem conhecidas, desmoronarão, irão à falência no mundo todo.
2) A natureza com dores de parto.
Uma crise que envolve a natureza. Sinais e mudanças sobrenaturais inexplicáveis para o homem. Os desastres mundiais serão mais frequentes. Vi terremotos nos Estados Unidos. Fome no mundo inteiro, a provisão alimentícia do mundo esgotada, provocando a morte de milhares de pessoas.
3) Um batismo de imundícia nos EUA
Os programas de TV serão da pior espécie. As bancas de revistas estarão saturadas de revistas imundas. A educação sexual nas escolas será reanimada com filmes demonstrando detalhes do ato matrimonial
4) A quarta coisa é a rebelião no lar.
O problema número no mundo com respeito á juventude é o ódio que nutrem pelos pais.
5) A quinta coisa é uma onda de perseguição a um grau que a humanidade jamais experimentou.
Revela-se em um tempo quando a liberdade de religião aparenta ter chegado ao seu auge. Se estenderá pelos Estados Unidos, Canadá, o mundo inteiro e por fim será como uma espécie de loucura.
Vejo que se avizinha o tempo quando a maioria dos projetos missionários, programas de rádio e televisão, as sociedades missionárias, serão admoestadas e vigiadas tão severamente por agências do governo que terão temor de prosseguir em suas atividades.
Wilkerson termina seu relato com a seguinte exortação:
Muitos querem continuar sentados diante de uma televisão, ir a alguns cultos para aplaudir cantar sobre as boas coisas de Deus. Porém, amados, é tempo de reconhecer que o fim do mundo está às portas.
Esta é a hora sobre a qual tens ouvido pregar. Muitos estão acomodados não sabendo nem o que está se passando. Amados, Jesus já vem. Jesus Cristo já vem, e está pondo sua casa em ordem.

Fonte Gospel Prime.

Concordo com o 'Ratinho"!




Blog Cristo Em Mente: Ao assistir o vídeo acima, não sei se ria ou se chorava. Rir porque haja imaginação fértil para tal, uma vez que não encontro na Bíblia Sagrada nada que fundamente o "milagre" relatado pelo "fiel" da igreja. Chorar porque, infelizmente, muitos estão depositando sua fé nesses ensinos mercenários, crendo que Jesus está a disposição, depois, de uma "esfregadinha" com a "toalha ungida" na porta do banco, saldar todas as suas dívidas. Creio no Jesus de Milagres. No Jesus do Impossível! Agora, da maneira apresentada no vídeo, mim faça uma garapa, viu? Vai trabalhar e pagar tua dívida meu, irmão. Está em teu nome e não no nome de Jesus! Ops, me desculpem, me empolguei! Na verdade nem é Jesus que salda a dívida é a toalha ungida!

domingo, 13 de novembro de 2011

"Nem": Igreja, UPPs, Beltrame e Lula.

Do Estadão.


A jornalista Ruth de Aquino narra na revista Época desta semana seu encontro com o ex-chefe do tráfico de drogas da Rocinha, Antonio Francisco Lopes, mais conhecido como "Nem", dias antes de sua prisão. O encontro aconteceu no dia 4 de novembro, em um campo de futebol na favela da Rocinha, antes que o traficante entrasse em campo. Nem foi preso na noite da quarta-feira, 9.
Nem acredita que maconha será liberada em menos de 20 anos - Wilton Junior/AE
Wilton Junior/AE
Nem acredita que maconha será liberada em menos de 20 anos
De acordo com a repórter, Nem é tratado de “presidente” por quem convive com ele. Acrescenta ainda que o criminoso comprou várias casas nos últimos tempos e havia boatos fortes de que se entregaria em breve. Conta também que precisou aguardar por por três horas, tendo sidolevada a diferentes lugares antes de ser levada ao encontro de Nem.
De acordo com ela, quando chegou no campo, o traficante conversava com um pastor e falava para que ele não desistisse de um rapaz viciado. "A igreja não pode desistir nunca de recuperar alguém", afirmou. A reportagem conta ainda que Nem é pai de sete filhos. “Dois me adotaram; me chamam de pai e me pedem bênção”, diz ele. "Não sou o bandido mais perigoso do Rio”, afirmou ainda. Nem não quis gravar entrevista e nem tirar fotos. A repórter afirma ter mantido silêncio até a prisão.
UPPs
Nem diz acreditar que a a maconha será liberada em menos de 20 anos. "Já pensou quanto as empresas iam lucrar?" O traficante defende também o trabalhos das UPPs. “O Rio precisava de um projeto assim. A sociedade tem razão em não suportar bandidos descendo armados do morro para assaltar no asfalto e depois voltar. Aqui na Rocinha não tem roubo de carro, ninguém rouba nada, às vezes uma moto ou outra. Não gosto de ver bandido com um monte de arma pendurada, fantasiado. A UPP é um projeto excelente, mas tem problemas. Imagina os policiais mal remunerados, mesmo os novos, controlando todos os becos de uma favela. Quantos não vão aceitar R$ 100 para ignorar a boca de fumo?”, questionou.
Mas, segundo ele, "UPP não adianta se for só ocupação policial. Tem de botar ginásios de esporte, escolas, dar oportunidade. Como pode Cuba ter mais medalhas que a gente em Olimpíada? Se um filho de pobre fizesse prova do Enem com a mesma chance de um filho de rico, ele não ia para o tráfico. Ia para a faculdade”.
Beltrame e Lula
Define o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, como “um dos caras mais inteligentes que já vi". E acrescenta: "Se tivesse mais caras assim, tudo seria melhor".
Nem afirma que ele e outros querem largar a vida do crime. "Bom é poder ir à praia, ao cinema, passear com a família sem medo de ser perseguido ou morto. Queria dormir em paz. Levar meu filho ao zoológico. Tenho medo de faltar a meus filhos", diz. "Quero pagar minha dívida com a sociedade”, afirma ainda. "Eu digo a todos os meus que estão no tráfico: a hora é agora. Quem quiser se recuperar vai para a igreja e se entrega para pagar o que deve e se salvar.”
Ele diz ainda não negociar crack, porque destrói as pessoas, as famílias e a comunidade inteira. "Conheço gente que usa cocaína há 30 anos e que funciona. Mas com o crack as pessoas assaltam e roubam tudo na frente”, relata.
O traficante diz que seu ídolo é o Lula, que, segundo ele, é quem mais combateu o crime, por causa do PAC. "Cinquenta dos meus homens saíram do tráfico para trabalhar nas obras. Sabe quantos voltaram para o crime? Nenhum. Porque viram que tinham trabalho e futuro na construção civil”, conta.
Conta que quando entrou para o tráfico, sua filha tinha 10 meses e uma doença raríssima e precisava colocar um cateter. "O Lulu (ex-chefe) me emprestou o dinheiro. Mas prefiro dizer que entrei no tráfico porque entrei. E não compensa.”

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pena de Morte


Uma pesquisa realizada pela CNI/Ibope e publicada pela Revista IstoÉ aponta que 46% da população brasileira é favorável à pena de morte. A pesquisa “Retratos da sociedade brasileira: segurança pública”, que foi divulgada em 19/10, mostrou que 31% defendem totalmente a pena de morte e 15% apenas em alguns casos. A prisão perpétua é uma ideia com mais aceitação que a pena de morte: 69% dos entrevistados são favoráveis.
Repercutindo a divulgação dos dados, o Pastor Marcello Oliveira publicou em seu blog um artigo em que ele relaciona passagens bíblicas que falam da pena de morte. Entre esses textos mencionados pelo Pastor Oliveira, estão Números 35:33 (“Nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela se derramar, senão com o sangue daquele que o derramou”) e Genêsis 9:6 (“Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem”).
O Portal Padom divulgou também a posição do Pastor Zwinglio Rodrigues, da Igreja Batista Vida, que é favorável à pena de morte, e defende sua posição afirmando que “do ponto de vista bíblico a pena de morte é legítima (Gn 9:5 e Rm 13:1-5). Existem cristãos que opõem-se à essa afirmação, mas isso se deve, a meu ver, mais a um ‘problema emocional’ do que a um sólido argumento bíblico”.
Rodrigues ressalta porém, que, a questão não deve ser observada apenas pelo lado bíblico, mas também pelo lado social. Segundo ele, a sociedade brasileira não está pronta para lidar com essas questões. “Agora, uma coisa precisa ser dita quanto a um possível estabelecimento da pena de morte no Brasil: nosso país é famoso por ter muitas leis que não são observadas e, quando acontece de uma delas ser aplicada, nunca é para punir os poderosos, bandidos de “colarinho branco” e sim os menos favorecidos.”
Zwinglio ressalta que antes de a sociedade brasileira discutir a pena de morte, é preciso estabelecer padrões mais confiáveis para a Justiça e o Estado. ”O Brasil não é um país sério e maduro para ter em seu rol de leis a pena de morte. Antes de darmos um passo como esse, precisamos de Instituições (refiro-me aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário) fortes e profundamente comprometidas com a justiça, coisas que ainda estão muito distantes de tais Instituições”, avalia o Pastor Rodrigues.


Extraído do site samuelcoutojunior.com.br.