segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Propostas dos Candidatos I

Nesta segunda postagem sobre as propostas dos principais candidatos a presidência, estarei transcrevendo as ideologias da candidata do PT Dilma Roussef, publicadas no Jornal Mensageiro da Paz, publicado pela CPAD, edição de setembro 2010, sobre fé, aborto, união civil de homossexuais, adoção de crianças por homossexuais e legalização das drogas. Começamos com José Serra (Propostas dos Candidatos), sendo que hoje, segunda-feira é sobre Dilma Roussef e, na próxima quinta-feira, 30, será as propostas sobre os temas citados acima, da candidata do PV, Marina Silva. Leia atenciosamente e tire suas dúvidas (se ainda tem) antes do exercício de cidadania em 03 de outubro.


Dilma Roussef

Sobre fé o origem política - A mineira de ascendência búlgara Dilma Roussef, 62 anos, bacharel em Economia, é atéia desde a sua juventude de guerrilha comunista. Ela foi líder nos grupos guerrilheiros colina e VAR-Palmares. Com o fim do Regime Militar, deixou a guerrilha. É uma da fundadoras do PDT e desde 2001 é filiada ao PT. Quase sempre seu nome aparece ligado à ala radical do partido, embora ultimamente tenha tentado descolar sua imagem dela. Pesam contra Dilma o fato de que o conteúdo do Plano Nacional de Direitos Humanos 3, publicado em 21 de dezembro de 2009 e redigido na Casa Civil sob sua gestão, bem como o texto original de seu Programa de Governo entregue em julho ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), trazem terríveis propostas da ala radical do PT. Após críticas, porém, todos os dois textos foram alterados.
Estrategicamente, ela deixou de assumir seu ateísmo durante a campanha. A partir de 2007, quando seu nome passou a circular como candidata virtual do PT à sucessão de Lula, ela passou a dizer-se agnóstica. Agora, mais precisamente desde maio deste ano, se apresenta como religiosa. Em sabatina promovida pelo jornal Folha de São Paulo em 2007, começou a fase agnóstica. Na ocasião, ao ser perguntada se cria em Deus, confirmou que sempre fora ateísta e se apresentou com agnóstica. Disse também que mesmo não tendo religião alguma e nem certeza da existência de Deus, respeitava todas as religiões: " Fiquei durante muito tempo meio descrente. Acredito que as diferentes religiosidades são fundamentais para as pessoas viverem. A gente não pode achar que existe aquele seu Deus. Eu me equilibro nessa questão: Será que há? Será que não há? Eu me equilibro nela". Dois anos depois, em entrevista à revista Marie Clarie, ela reafirmou que mesmo tendo sido batizada no catolicismo na infância, não seguia nenhuma fé, mas brincou dizendo ter momentos de religiosidade em meio a dificuldades: "Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha". Agora, mais precisamente desde maio, em plena campanha e sem ter passado por nenhuma experiência de conversão religiosa conhecida, Dilma resolveu de repente se declarar uma pessoa religiosa; no caso, se diz agora "cristã, num segundo momento católica" e "seguidora da Virgem Maria". Há poucos meses, afirmou duas vezes ao público católico - em entrevistas no Ceará e ao programa Brasil Urgente da Rede Bandeirantes de Televisão - que era seguidora de Maria. Como afirma matéria do Correio Braziliense  de 23 de maio, desde que seu nome surgiu como candidata do PT à sucessão de Lula, dilma "primeiro esquivou-se de responder se Deus existe; depois, disse não ter religião, mas respeita quem é religioso, até que decidiu assumir-se seguidora do Vaticano".

Aborto - É  a favor da legalização do aborto. Em entrevista à revista Marie Claire de abril de 2009, Dilma defendeu-a abertamente: "Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização". Em 7 de maio deste ano, em entrevista dada ao "Encontro de Editores 2010", promovido pela revista Istoé, ao responder a uma pergunta da jornalista Gisele Vitória, diretora de redação da revista Gente, afirmou Dilma: " O aborto, do ponto de vista de um governo, não é questão de foro íntimo, é uma questão necessariamente de saúde pública. Tem que ser seriamente  conduzido dessa forma". E diante do pedido para que fosse mais explícita, dizendo se estava defedendo mesmo a descriminalização do aborto, Dilma declarou que defende a criação de uma legalização "que obrigue a ter tratamento para as pessoas", citou como exemplo o que ocorre "nos países desenvolvidos do mundo inteiro" (numa referência aos EUA e à boa parte dos países europeus, que legalizaram o aborto), e ainda concluiu asseverando que estava falando claramente de "atendimento público para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto".
Mesmo após ser criticada pelos movimentos pró-vida por apoiar a legalização do aborto e por lamentar o aborto apenas como "uma agressão à mulher" (como no caso da entrevista que deu ao programa de tevê Painel RBS, em Porto Alegre, em 11 de maio), deixando de reconhecer que antes de tudo, o aborto é um assassinato da criança no ventre, Dilma ainda disse, ao sair de uma missa em São Paulo em 15 de maio, que a legalização do aborto no Brasil é algo que tem que ser feito independente de sua opinião pessoal sobre o assunto ("Não é uma questão se eu sou contra ou favor, é o que eu acho que tem que ser feito"). Na mesma entrevista, apesar de se referir pela primeira vez em sua campanha ao ser humano em gestação como sendo vida, cometeu a gafe de na mesma frase comparar o assassinato de uma criança no ventre de sua mãe com arrancar um dente ("Não acho que ninguém quer arrancar um dente, e ninguém tampouco quer tirar a vida de dentro de si").
O programa original de governo de Dilma Roussef entregue ao TSE no inicio de julho traz a proposta de legalização do aborto, afirmando que "o Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres de tomarem suas próprias decisões em assuntos que afetem o seu corpo e a sua saúde". Após ser criticada por isso, seus assessores mudaram o texto do programa neste ponto, bem como em outros pontos no mínimo polêmicos que foram ressaltados pela mídia à época. Lembrando ainda que o Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (publicado em 21 de dezembro de 2009 e que foi realizado, como todo decreto presidencial, na Casa Civil, então conduzida pela ministra Dilma Roussef) defendia abertamente a legalização do aborto no Brasil. Em sua Diretriz 9, afirmava o Programa que o governo federal se comprometia a "apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos". Esse texto também viria a ser alterado após críticas da Igreja Católica e evangélicos. Porém, sites pró-candidatura petista, como "Mulheres com Dilma" e "Blog Galera da Dilma", ainda costumam publicar artigos pró-aborto, tais como "Papo sério: aborto na juventude" ( de 6 de maio de 2010), que defende a falácia de que " a não legalização do aborto representa o óbito de muitas mulheres".

União civil homossexual e adoção de crianças por homossexuais - É a favor de ambas. Em entrevista à estatal TV Brasil em 21 de julho, afirmou Dilma: "Sou a favor da união civil entre homossexuais". Ela ainda justificou seu apoio classificando a união civil homossexual como um direito civil para afirmar em seguida que sua posição se deve ao fato de ser "totalmente a favor dos direitos civis". Ou seja, para a candidata do PT, não ser a favor da união civil homossexual significa não ser totalmente a favor dos direitos civis. Quanto à imposição do Estado para que as igrejas aceitem realizar "casamentos" homossexuais, Dilma não falou até agora nada a respeito.

Legalização da drogas - É contra a legalização de drogas, mas apenas "dentro do quadro que temos hoje no Brasil". Ou seja, é contra, mas não descarta a possibilidade de, no futuro, sob outras condições, o tema ser discutido, Na já mencionada entrevista à estatal TV Brasil, por exemplo, na oportunidade que teve de falar sobre o tema, Dilma declarou: "Não podemos falar em processo de descriminalização de droga nenhuma enquanto tivermos o quadro que temos hoje no Brasil. Uma droga não está isolada da outra. O consumo de crack se une ao de outras drogas. Temos que ter cuidado para não chegar nessa situação de descriminalização. O Brasil não tem condições hoje de propor a descriminalização de qualquer droga".

Um comentário:

Eliene Silva disse...

Gostei muito da reportagem, seria bom se nós, evangelicos, estivessemos mais atentos ao que diz respeito a política, pois querendo ou não somos seres políticos.
Sendo assim, nada melhor que participarmos de forma consciente e ativa das questões políticas do nosso país.