sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Propostas dos candidatos

A edição n°. 1.504, mês de setembro, do Jornal Mensageiro da Paz, periódico oficial das Assembleias de Deus, publicado mensalmente pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD (mais informações, clique aqui), trouxe uma excelente e esclarecedora reportagem sobre o perfil e propostas dos principais candidatos a presidente do Brasil. Muito oportuna a reportagem, tendo em vista que no próximo domingo mais de 100 milhões de brasileiros irão às urnas escolher o novo mandatário do país. Por isso, aproveito este espaço para transcrever integralmente as informações referente a cada candidato, tais como perfil e origem política e suas propostas quanto ao aborto, união civil de homossexuais, adoção de crianças por casais homossexuais e legalização da drogas. O primeiro será o candidato do PSDB José Serra. Na segunda-feira (27) a candidata do PT, Dilma Roussef e, finalmente, na quinta-feira (30), se Deus assim nos permitir, será a candidata do PV Marina Silva. Então, aproveite para ratificar sua decisão e se ainda não tem decida agora lendo e conhecendo as propostas dos candidato numa óptica cristã.

José Serra

Sobre fé e origem política - Católico desde a infância, o paulista de ascendência italiana e doutor em Economia José Serra, 68 anos, começou sua militância política na Ação Popular (AP), mais conhecida como "esquerda cristã", um movimento político nascido em junho de 1962 a partir de um congresso de jovens católicos em Belo Horizonte reunindo a Juventude Universitária Católica (JUC) e outras agremiações da chamada Ação Católica. Quando a AP aderiu à guerrilha, Serra, que havia sido eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) com o apoio da AP, reprovou a medida de seus colegas.
Durante a Ditadura Militar, foi exilado na Bolívia, França, Chile, Itália e EUA. Durante o exílio, Serra foi abandonando aos poucos a ideologia socialista para aderir definitivamente à chamada social-democracia contemporânea, mais conhecida hoje como "Terceira Via", uma espécie de "esquerda light" que nega a luta de classes, rompe com qualquer proposta de substituir o sistema capitalista por outro (nem mesmo paulatinamente), porém ainda procurando mesclar alguns pontos do socialismo com o capitalismo, defendendo alguma intervenção do Estado tanto na economia como na vida das pessoas. São exemplos de social-democratas os políticos Bill Clinton e Barack Obama, nos EUA; Tony Blair e Gordon Brown, na Inglaterra; e Gerhard Schröeder, na Alemanha. Popularmente, essa corrente política é denominada também de "política de centro", embora historicamente essa designação tenha sido usada no Brasil mais para se referir à política do PMDB. A social-democracia se personificou, de fato, no PSDB, ao qual Serra é filiado desde a sua fundação.


Aborto - Historicamente, Serra sempre se posicionou contra a legalização do aborto no Brasil, posição que mantém até hoje. Em relação ao tema aborto, pesa contra ele apenas um episódio de 1998, quando congressistas pró-aborto pressionaram o então ministro da Saúde José Serra para que editasse uma Norma Técnica dispondo sobre a excepcionalidade da prática de abortos no Sistema Único de Saúde (SUS) do governo federal em casos de crianças de até 20 semanas (cinco meses) concebidas em estupro. Como a legislação brasileira permite o aborto em casos de estupro (artigo 128 do Código Penal), Serra cedeu e editou a tal Norma, que fez com que o SUS praticasse pela primeira vez abortos.
Ainda naquela época, Serra fez questão de deixar claro que a edição da referida Norma na significava a existência de alguma disposição de sua parte em apoiar alguma mudança na legislação brasileira a respeito do aborto. E durante a atual campanha, o candidato do PSDB enfatizou isso mais uma vez, em pelo menos três ocasiões. A primeira ocorreu em maio , em entrevista ao apresentador Carlos Massa ("Ratinho") do SBT, ocasião em que garantiu que seu governo não apoiará nenhuma iniciativa para mexer na lesgislação sobre o aborto. A outra declaração se deu em sua entrevista à estatal TV Brasil em julho: "No que depender da inciativa do Executivo, a lei atual [sobre o aborto] ficará como está". E a última declaração (até o fechamento desta edição) foi proferida na sabatina de presidenciáveis promovida pelo jornal Folha de São Paulo e o portal de notícias UOL em 21 de julho, ocasião em que Serra afirmou: "Considero o aborto uma coisa terrível. (...) Isso [a legalização do aborto] liberaria uma verdadeira carnificina. Dificultaria também o trabalho de prevenção, como no caso da gravidez na adolescência, que é um assunto muito grave. Isso [a legalização do aborto] liberaria gravidez para todos os lados". Serra enfatizou na ocasião  que o resultado da legalização do aborto seria que a prática "a mulher vai para SUS e faz o aborto" acabaria por "virar um processo", uma conduta habitual, gerando "uma carnificina".


União civil homossexual e adoção de crianças por homossexuais - É a favor de ambas. Na referida sabatina ao jornal Folha de São Paulo  e ao site UOL, por exemplo, ele declarou seu apoio a esses dois pontos. Sobre a adoção, declarou: "Tem tanto problema grave de crianças abandonadas no Brasil que, para a criança, é uma salvação. Se houver condições psicológicas - isso vale para qualquer tipo de casal (sic) ou pessoa - não vejo por que não aproveitar".
Por outro lado, no caso da união civil homossexual, Serra posiciona-se claramente contra as igrejas serem forçadas pelo Estado a aceitarem realizar "casamentos" homossexuais. Em 1 de maio deste ano , falando no evento dos Gideões Missionários da Última Hora, promovido pela Assembléia de Deus em Camboriu (SC), Serra afirmou que "o Estado não deve legislar sobre casamentos entre pessoas do mesmo sexo em cerimônias religiosas", pois "essa é uma questão de cada igreja. Cada uma tem liberdade e autonomia  para decidir a esse respeito. Seria uma intrusão dizer que tal igreja tem que fazer isso ou aquilo". E mais recentemente, em entrevista à estatal TV Brasil, em julho, Serra reafirmou sua posição contra qualquer imposição do Estado para que as igrejas sejam forçadas as realizar "casamentos" entre pessoas do mesmo sexo, destacando que isso seria ferir a liberdade religiosa no país: "É um assunto em que o Estado não entra, é problema das pessoas. Cada crença tem a sua orientação. Se uma igreja não quer casar, mesmo havendo a união civil, a igreja não pode ser obrigada a isso".


Legalização da drogas - É totalmente contra. Em entrevista à TV Bandeirantes em Belo Horizonte, em 28 de julho, Serra asseverou que não aceita nem mesmo a legalização da maconha, dita pelos liberais como "inofensiva": "Sou contra [a legalização das drogas], daria uma confusão. Nem mesmo na Holanda, um país arrumadíssimo, a legalização da maconha deu certo. A maconha é um passo para outras drogas. Defendo uma política de combate às drogas baseada em repressão, educação nas escolas e tratamento".

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